UMA NOITE EM 67 é o documentário dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, sobre a finalíssima daquele que talvez tenha sido o mais emblemático dos festivais realizados na televisão brasileira. O filme tem como mérito apresentar de forma temática, o registro histórico (que acertadamente diz que o festival "mudou os rumos da MPB), além da reunião de depoimentos de músicos, jornalistas e produtores ligados ao evento. Algumas das características fundamentais que marcam a montagem do documentário são:
A concepção "épica" do espetáculo: Paulinho Machado de Carvalho, diretor da TV Record declarou: "Eu sempre achei que os festivais poderiam ser organizados como espetáculos de de luta livre (...) Tem que ter o mocinho, tem que ter o bandido, tem que ter o pai da moça (...) tem que ter tudo! (...) A filosofia na minha cabeça, era mais ou menos assim: organizar um espetáculo e selecionar os interpretes, mais ou menos dentro disso (...) organizar o espetáculo para que ele (...) despertasse maior interesse do público, certo." O constrangimento de Chico Buarque, ao descobrir que era considerado o "mocinho bonitinho", é impagável.
A vaia como "protagonista": Segundo o jornalista Chico de Assis, "este foi o festival onde a vaia chegou ao mais profundo da resposta." Grupos de pessoas, predominantemente jovens, organizavam-se para vaiar artistas e canções. A vítima, convertida em "vilão", pelo público, foi o cantor e compositor Sérgio Ricardo, que já na proposta de um novo arranjo para a canção Beto bom de bola, é achincalhado. Irônico e diante das ameaças de abandonar o palco, canta sem concluir sua música: explode em ira, destrói o violão, atirando-o no público.
A marcha contra a guitarra: Em 17 de Julho de 1967, em plena ditadura, artistas, jornalistas e afins, organizaram uma passeata contra o uso da guitarra elétrica na música brasileira. Gilberto Gil (que participou do ato, convidado por Elis Regina) minimiza o movimento como uma "competição sadia". Caetano Veloso e Nara Leão, revoltados, achavam a marcha fascista. Caetano foi para o palco logo depois, dobrando absolutamente o público reticente, ao lado da banda de rock Beat Boys formada por integrantes argentinos. Gil usou os jovens roqueiros dos Mutantes, em sua apresentação. Eis a Tropicália que chegava...
A concepção "épica" do espetáculo: Paulinho Machado de Carvalho, diretor da TV Record declarou: "Eu sempre achei que os festivais poderiam ser organizados como espetáculos de de luta livre (...) Tem que ter o mocinho, tem que ter o bandido, tem que ter o pai da moça (...) tem que ter tudo! (...) A filosofia na minha cabeça, era mais ou menos assim: organizar um espetáculo e selecionar os interpretes, mais ou menos dentro disso (...) organizar o espetáculo para que ele (...) despertasse maior interesse do público, certo." O constrangimento de Chico Buarque, ao descobrir que era considerado o "mocinho bonitinho", é impagável.
A vaia como "protagonista": Segundo o jornalista Chico de Assis, "este foi o festival onde a vaia chegou ao mais profundo da resposta." Grupos de pessoas, predominantemente jovens, organizavam-se para vaiar artistas e canções. A vítima, convertida em "vilão", pelo público, foi o cantor e compositor Sérgio Ricardo, que já na proposta de um novo arranjo para a canção Beto bom de bola, é achincalhado. Irônico e diante das ameaças de abandonar o palco, canta sem concluir sua música: explode em ira, destrói o violão, atirando-o no público.
A marcha contra a guitarra: Em 17 de Julho de 1967, em plena ditadura, artistas, jornalistas e afins, organizaram uma passeata contra o uso da guitarra elétrica na música brasileira. Gilberto Gil (que participou do ato, convidado por Elis Regina) minimiza o movimento como uma "competição sadia". Caetano Veloso e Nara Leão, revoltados, achavam a marcha fascista. Caetano foi para o palco logo depois, dobrando absolutamente o público reticente, ao lado da banda de rock Beat Boys formada por integrantes argentinos. Gil usou os jovens roqueiros dos Mutantes, em sua apresentação. Eis a Tropicália que chegava...
Nasce a Tropicália: Três anos após o inicio da ditadura militar (1964) e menos de um ano antes do golpe violento do AI-5, restringindo totalmente a expressão e a criação artística, o evento ficou marcado fundamentalmente pelo "parto" da Tropicália, tendo como gestantes Caetano Veloso, finalista com Alegria, Alegria e Gilberto Gil, finalista com Domingo no Parque (junto dos Mutantes) ,que em suas falas nas entrevistas, atribuem um ao outro a "paternidade" (ou maternidade) do movimento.
Vale uma atenção maior, observar que diante da magnitude de tantos fatos, a belíssima canção Ponteio, com Edu Lobo e Marília Medalha, que venceu o festival (abrindo e fechando o filme), passa a ser "um grandioso detalhe", dentro de todo o contexto. Além disso, as falas de Chico Buarque sobre o sentimento de "isolamento e envelhecimento" diante da inovação do tropicalismo de Caetano e Gil, são imprescindíveis para entender-se o contexto em que estes caminharam com suas carreiras.
Nos extras é possível conferir Elis Regina (premiada como melhor intérprete, na ocasião), ainda que lamentavelmente fique resumida a um desentendimento com Nara Leão e certo "desgosto" de Dory Caymmi, pela interpretação "emotiva" que ela deu a sua canção O Cantador (em parceria com Nelson Motta). São mostradas também, outras canções e interpretes como Nana Caymmi (Bom dia), Jair Rodrigues (Samba de Maria), MPB4 (Gabriela), Sidney Miller e Nara Leão (A estrada e o violeiro). Destaco ainda a entrevista curtinha de Johnny Alf, falecido recentemente, que não entrou na edição final mas também pode ser visto nos extras do DVD, juntamente com uma série de "causos", envolvendo artistas, jurados e o público. Imperdível!
Vale uma atenção maior, observar que diante da magnitude de tantos fatos, a belíssima canção Ponteio, com Edu Lobo e Marília Medalha, que venceu o festival (abrindo e fechando o filme), passa a ser "um grandioso detalhe", dentro de todo o contexto. Além disso, as falas de Chico Buarque sobre o sentimento de "isolamento e envelhecimento" diante da inovação do tropicalismo de Caetano e Gil, são imprescindíveis para entender-se o contexto em que estes caminharam com suas carreiras.
Nos extras é possível conferir Elis Regina (premiada como melhor intérprete, na ocasião), ainda que lamentavelmente fique resumida a um desentendimento com Nara Leão e certo "desgosto" de Dory Caymmi, pela interpretação "emotiva" que ela deu a sua canção O Cantador (em parceria com Nelson Motta). São mostradas também, outras canções e interpretes como Nana Caymmi (Bom dia), Jair Rodrigues (Samba de Maria), MPB4 (Gabriela), Sidney Miller e Nara Leão (A estrada e o violeiro). Destaco ainda a entrevista curtinha de Johnny Alf, falecido recentemente, que não entrou na edição final mas também pode ser visto nos extras do DVD, juntamente com uma série de "causos", envolvendo artistas, jurados e o público. Imperdível!
Site Oficial: http://www.umanoiteem67.com.br/
Trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário